Investigador foi morto após assalto em frente ao prédio onde morava.
Segundo polícia, repercussão de morte de delegado incomodou traficantes.
Um suspeito da morte do delegado Eduardo Rafael de Santana Lima, de 35 anos, foi assassinado por traficantes no bairro do Pau Miúdo, em Salvador, na quinta-feira (8), informou o delegado titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, Nilton Borba. Eduardo Rafael foi atingido por tiros na noite da quarta-feira (7), na frente da casa dele, no bairro do Barbalho, ao ser abordado por homens, que levaram seu carro.
"O tipo físico dele [suspeito] bate com o relato de testemunhas. Depois da morte do delegado nós realizamos incursões ininterruptas no bairro. Ele foi morto pelo pessoal da área porque é uma morte de delegado e isso mobilizada muitas pessoas", afirma Nilton Borba. Segundo o delegado, o homem é apontado como responsável por efetuar os disparos contra Eduardo Rafael.
Crime
Segundo a Polícia Civil, Eduardo Rafael trabalhou até 18h de quarta-feira na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV), onde atuava como plantonista, e saiu de lá para a academia de ginástica que frequentava.
Segundo a Polícia Civil, Eduardo Rafael trabalhou até 18h de quarta-feira na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV), onde atuava como plantonista, e saiu de lá para a academia de ginástica que frequentava.
Depois da academia, ele foi para casa, quando foi abordado por um dos dos criminosos enquanto abria o portão da garagem. Outros três suspeitos estavam em um outro veículo do lado de fora da residência, entre eles um adolescente, que teria participado da ação dirigindo o veículo do delegado, que foi levado pelo grupo, informou a polícia.
Ainda segundo a Polícia Civil, antes de ser alvejado com quatro tiros, três na região do tórax e abdômen e um na perna, na altura da coxa, Eduardo Rafael chegou a tomar o revólver, calibre 38, que estava na mão de um dos criminosos. Cinco munições foram deflagradas enquanto estavam em luta corporal. Uma guarnição da Polícia Militar foi chamada ao local, socorreu o delegado para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas ele não resistiu aos ferimentos emorreu na manhã da quinta-feira (8).
O corpo de Eduardo Rafael foi enterradona manhã de sexta-feira (9), no cemitério Jardim da Saudade, em Salvador. Amigos, familiares e colegas de trabalho da Polícia Civil estiveram no sepultamento. O secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, também participou da cerimônia.
Amigos
"Ele era 100%. Era amigo, brincalhão com as coisas mais difíceis. Ele sempre fazia piadinha com as coisas mais difíceis. Ele não tinha problema com ninguém. Era amigo de todos", disse a irmã do delegado, Tércia Cristina.
"Ele era 100%. Era amigo, brincalhão com as coisas mais difíceis. Ele sempre fazia piadinha com as coisas mais difíceis. Ele não tinha problema com ninguém. Era amigo de todos", disse a irmã do delegado, Tércia Cristina.
O amigo Aloíso Gonçalves falou sobre o relacionamento com a vítima. "Nós nos conhecemos há muito tempo, estudamos juntos na escola e vivia comigo desde sempre. Mais do que a perda de uma pessoa que se confunde com a nossa história. É aquele sentimento de que ele permanecerá conosco sempre. A partida dele foi muito difícil. Ele era uma referência para nós", disse.
Testemunha
Uma vizinha do delegado contou que presenciou a ação dos dois criminosos que abordaram a vítima na noite de quarta-feira (7), na frente da casa dele, no bairro do Barbalho, em Salvador.
Uma vizinha do delegado contou que presenciou a ação dos dois criminosos que abordaram a vítima na noite de quarta-feira (7), na frente da casa dele, no bairro do Barbalho, em Salvador.
"Ele abriu o portão, parou o carro e eu aí voltei. Quando eu vi, foi os tiros. Segundo a moça que tava na casa em frente, disse que ele colocou a mão para cima. Ele suspendeu as mãos e ele tava com arma, então o bandido levou a arma dele. E ele entrou em luta corporal com um. Quando eu cheguei na janela, eu já vi um bandido dentro do veículo, já na parte do motorista e o outro tava na garagem ainda. Quando a gente começou a gritar, ele saiu com uma camisa quadriculada no rosto, entrou no carona e foi. Foram deflagrados cinco tiros", relata a mulher, que prefere não ser identificada.
Por meio de nota, o delegado-geral da Polícia Civil, Hélio Jorge, disse que Eduardo era um "profissional exemplar". Na tarde desta quinta-feira, Hélio Jorge concedeu entrevista dizendo que o crime, classificado como latrocínio, não é investigado como um atentado contra o delegado. "Ele provavelmente reagiu e tomou os tiros. Foi uma coincidência ser delegado", afirmou.
O carro de Eduardo, levado pelos assaltantes, foi localizado na manhã de quinta-feira, no bairro da Boca do Rio, em Salvador, e já passou por perícia. Ele era casado e deixa dois filhos. O delegado estava há oito anos na Polícia Civil e já passou por unidades policiais da capital e do interior do estado.
O delegado-geral Hélio Jorge determinou que, além das equipes DRFRV, investigadores e delegados do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP) também se integrem às buscas aos criminosos. Assistentes sociais da Polícia Civil estão acompanhando parentes mais próximos da vítima para prestar apoio, informou a Polícia Civil.
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