Newton Prazeres teve braço decepado enquanto trabalhava em Salvador.
Cobrador afirma que não está abalado e que quer voltar a trabalhar.
Perder o braço em um acidente provocaria um grande abalo psicológico em muitas pessoas. Não foi o que aconteceu com o cobrador de ônibus, Newton Prazeres da Silva, de 60 anos, que teve parte do braço decepado no dia 1º de novembro, enquanto trabalhava em um ônibus no bairro de Pau da Lima, em Salvador. Newton conta que a adaptação à vida sem o membro é difícil, mas nada que o deixe deprimido.
“Acostumar sem braço é difícil. Eu sou destro e perdi meu braço direito. Quem sabe com o passar dos anos. Estou tentando me adaptar. Mas isso não afetou o psicológico. Estou um pouco triste porque perdi meu braço, mas continuo alegre, tratando bem minha mulher, minha filha”, diz o trabalhador. Newton, que vive com a mulher e filha de 13 anos no bairro de Cazajeiras afirma que agora depois do acidente ele tem dificuldades para manter o equilíbrio e escrever usando o braço esquerdo.
O cobrador descansava o braço sobre a janela do coletivo quando o veículo passou por um trecho estreito na Avenida Aliomar Baleeiro e o membro dele bateu contra um poste. "Cada ponto que chega a gente cobra os passageiros e fica com o corpo curvado. E a gente dá uma relaxada para trás. Quando coloquei o cutuvelo só vi a cacetada no poste", explica.
Newton foi levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde passou por uma cirurgia que durou, segundo ele, sete horas. Ele teve alta na segunda-feira (6). Newton conta ainda que está tomando antibióticos, mas não sente dor e que o braço está em processo final de cicatrização. “Pretendo fazer fisioterapia para ter uma adaptação melhor, para fortalecer meu braço esquerdo. Eu queria uma prótese. Já fiz um apelo para que alguém pudesse me ajudar. Até agora não tive uma resposta. Sou cobrador e não tenho como comprar”, lamenta.
Ainda em processo de recuperação, Newton conta que pretende voltar a trabalhar o quanto antes. “Afinal de contas eu não estou doente, foi um corte que aconteceu. Eu adoro meu trabalho, gosto muito. A não ser que a empresa não queira”, afirma o homem, que estava aposentado, mas voltou a trabalhar antes do acidente. De acordo com o cobrador, ele já foi até a empresa apresentar o laudo médico e informar que já está à disposição para voltar a exercer sua função .
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